A TV Globo lançou algumas semanas atrás — visando aos Jogos Olímpicos — a primeira UM (Unidade Móvel) 4K IP do mundo. Ela foi produzida dentro dos Estúdios Globo, em parceria com a Sony e a Imagine, e será usada nas competições de vôlei no Maracanãzinho. A partir daí, vai ser utilizada também em diversas outras produções ao vivo, como shows e eventos esportivos.
O projeto é fruto da convergência tecnológica das indústrias de TI (Tecnologia da Informação) e Engenharia de TV — conhecida como “ITização”, na corruptela da tradução do inglês —, tema que vem sendo apontado como um dos grandes desafios da indústria audiovisual, discutido em todos os recentes grandes eventos do mercado, como a NAB, evento anual da National Association of Broadcasters.
O que torna esta unidade tão especial, além da gestão do conteúdo de vídeo em resolução 4K, é a interconexão dos equipamentos através do protocolo IP (base da arquitetura da internet) que garante mais agilidade e eficiência à operação, além da possibilidade de incorporar novas tecnologias no futuro. O investimento é uma demonstração de que a Globo está se capacitando para a transmissão em ultra-alta definição não só na dramaturgia (a emissora já tem algumas produções em 4K, inclusive já no Globo Play), mas também em esportes e eventos ao vivo.
Dominar esse novo ambiente tecnológico é um desafio muito atual para as empresas de conteúdo. Em um mercado cada vez mais multiplataforma, está ocorrendo uma transição entre um modelo de gestão baseado em uma geração de profissionais e aplicações tecnológicas específicas da indústria de TV para um ambiente de negócios em que plataformas tecnológicas utilizadas em larga escala assumem o protagonismo na busca pela liderança do negócio. São servidores, bancos de dados e softwares promovendo a redenção do mercado de TI — e de seus especialistas.
Esse processo de “ITização” impulsionou, por exemplo, o novo modelo organizacional da Tecnologia da Globo, integrando Engenharia e Tecnologia da Informação em uma única estrutura. O objetivo é promover sinergia e incentivar o processo colaborativo entre as equipes, viabilizando a implantação de projetos estruturantes em que produção e distribuição de conteúdo dependem, cada vez mais, de equipamentos tradicionais de TI e aplicações. A nova UM 4K IP é um exemplo desse “novo mundo”.